quarta-feira, fevereiro 16, 2005

POESIA AO VENTO

Poesia ao vento meu pensamento
e sentimento de cá de dentro.

Poesia à solta nada de escolta
que fará falta sem trazer volta.

Poema vadio rude feitio
no fim do estio fatal desvio.

Poema sem alma me leva a palma
mesmo p’ la rama tira-me a calma.

Versos travessos às vezes perversos
sempre dispersos e controversos.

Versos rebeldes nada de estimas
sem ser humildes com fracas rimas.

Liras deliras feitas às tiras
filhas das iras de poucas miras.

Liras moções e aos tropeções
entre nevões e mil emoções.

Trovas mais trovas feitas sem provas
e sem renovas sentidas novas.

Trovas final e com vendaval
meu bem, meu mal, será natural !



Frassino Machado
In RUDIMENTOS