segunda-feira, setembro 05, 2005

OS LAUREADOS DO OLIMPO - MARCO AURÉLIO

O seu tio Antonino Pio adoptou-o e designou-o como herdeiro em 25 de Fevereiro de 38 ( pouco depois de ele mesmo ter sucedido a Adriano); Marco Aurélio tinha então apenas dezassete anos de idade. Antonino, no entanto, também designou Lúcio Vero como sucessor. Quando Antonino faleceu, Marco Aurélio subiu ao trono em conjunto com Vero, na condição de serem co-imperadores (Augusto / César). Os motivos que conduziram a esta divisão do poder são desconhecidos.No entanto, esta sucessão conjunta pode muito bem ter sido motivada pelas cada vez maiores exigências militares que o Império atravessava. Durante o reinado de Marco Aurélio, as fronteiras de Roma foram constantemente atacadas por diversos povos. Sendo necessária uma figura autoritária para guiar as tropas, e não podendo o mesmo imperador defender as duas fronteiras em simultâneo, nem tão-pouco nomear um lugar-tenente que poderia (tal como, de resto, fizeram Júlio César ou Vespasiano) usar o seu poder após uma portentosa vitória para derrubar o governo e instalar-se a si mesmo como imperador.
Assim sendo, Marco Aurélio teria resolvido a questão enviando o co-imperador Vero como comandante das legiões situadas no oriente. Vero era suficientemente forte para comandar tropas, e ao mesmo tempo já detinha parte do poder, o que certamente não o encorajava a querer derrubar Marco Aurélio. O plano deste último revelou-se um sucesso - Lúcio Vero permaneceu leal até à sua morte, em campanha, no ano 169.
Marco Aurélio casou-se com Faustina a Jovem, filha de Antonino Pio e da imperatriz Faustina a Velha, em 145. Durante os seus trinta anos de casamento, Faustina gerou 13 filhos, entre os quais Cómodo, que se tornou imperador após Marco Aurélio, e Lucilla, a qual casou com Lúcio Vero para solidificar a sua aliança com Marco Aurélio.
Marco Aurélio faleceu em 17 de Março de 180, durante uma expedição contra os Marcomanos, que cercavam Vindobona (a actual Viena, na Áustria). As suas cinzas foram trazidas para Roma, e depositadas no mausoléu de Adriano.
Pouco anos antes de morrer, designou o seu filho Cómodo como herdeiro ( o qual foi o primeiro imperador a suceder a outro por via consaguínea, e não por adopção, desde o final do século I ), tendo ainda em 177 feito-o co-imperador. Muitos historiadores fazem coincidir o início do declínio de Roma com a morte de Marco Aurélio e a ascensão ao trono de Cómodo; diz-se até que a sua morte foi a morte da Pax Romana.

PENSAMENTOS

Nada sucede ao homem
que sua natureza não esteja preparada
para suportar.

É próprio do Homem sábio
amar também os que o ofendem.

Eles possuem a mesma natureza
que tu possuis e pecam por ignorância
e não por vontade.

Lembra-te de que dentro em pouco
estareis mortos tu e eles;
lembra-te, sobretudo,
de que mal nenhum te fizeram,
uma vez que não tornaram
a tua alma pior do que era.

Nunca houve época
em que não se lamentasse o presente
e aplaudisse o passado.

É sábio quem vive cada dia
como se fosse o último.

Os homens nasceram uns para os outros.
Ensina-os, pois, ou suporta-os.


Marco Aurélio, in MEDITATIONES