segunda-feira, abril 04, 2005

AO CORRER DAS PENAS

Neste revolto mar de penas enrolado
espuma branca, voz feitiço, desenvolta,
cada minuto e hora e cada passo dado
sem fundo à vista e horizonte, margem solta.

Preocupações e sonhos meus já desvendados
as mesmas brumas, sensações e sementeiras,
terras estéreis, fartas leivas desventradas,
amargos frutos, mal colhidos, triturados
vidas humanas sempre gastas de mil maneiras.

Penas e penas gastas, penas misturadas,
penas, tristezas, minha pena entristecida ...

Angústias minhas que não sinto em minha vida
por estas penas fartas estarem de saída
e não poderem mais voltar, só resgatadas !


Frassino Machado
in RUDIMENTOS